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sexta-feira, maio 13, 2011

Alejo está ansioso para representar Brasil

Rio - Alejo Muniz, 21 anos e dono do apelido de "Corpinho", é o caçula do circuito ASP World Tour 2011. À espera da única etapa do mundial de surfe disputada na América Latina, no Rio de Janeiro, o argentino naturalizado brasileiro se diz ansioso para surfar no País que adotou como seu.

Alejo disse que, ao ver algumas meninas competindo na manhã de quinta-feira, sentiu vontade de cair na água também. A etapa feminina teve início em ondas entre 0,5m e 1m na Praia da Barra, enquanto os homens ainda esperam melhores condições do mar.

"Hoje (quinta-feira) o dia foi delas, o mar estava liso, digamos surfável. Assisti a algumas baterias, o coração bateu forte, e depois que elas finalizaram, resolvi cair na água", disse o surfista, que confessou estar nervoso com a etapa brasileira.

Alejo Muniz nasceu na Argentina, mas diz que Brasil é sua casa"Sinto uma pressão muito alta por competir no Brasil. Nasci na Argentina, mas aqui é a minha terra. A elite do surf está aqui, é meu primeiro ano no mundial de alto nível, minha família veio me ver, é muita emoção. Será um desafio me concentrar na competição", disse.

Alejo começou a surfar em Santa Catarina, no balneário de Bombinhas, e conta com o apoio total do pai. O argentino Rubens Muniz, 48 anos, tem sua marca registrada, um tradicional bigode, que compõe o sorriso ao falar do filho. Se orgulha em ter ajudado a moldar o filho quando o surf ainda era uma brincadeira de família.

"Ele começou a surfar comigo, na escolinha que tenho no Sul, aos nove anos. Posso dizer que não esperava que isso virasse uma profissão e ele chegasse onde está agora. Não sai da minha memória o dia que ele começou a competir, e ganhamos prêmios nacionais", relembrou.

"Quando Alejo fez 15 anos percebi que meus conhecimentos não poderiam mais acompanhar meu filho, usei o bom senso e coloquei ele nas mão do seu treinador atual, Paulo (Kid), também seu empresário. Como pai digo que todos os títulos que ele tem e os demais que conquistar não chegam nem perto do presente que é tê-lo como filho. Acredito que primeiro se cria bem um filho, o esporte vem somar na educação, ajuda no bom comportamento e na disciplina¿ completou.

Quem não perde nenhuma manobra de Alejo no mar é seu treinador, Paulo Kid, 43 anos. "Gravo tudo, depois assistimos juntos para ver onde podemos melhorar, para que não tenhamos surpresas desagradáveis. Acompanho Alejo há seis anos e ver um atleta chegar ao nível dele é um a emoção muito grande. Passamos juntos pelas categorias Star, Prime e agora competimos na WT, não podemos nem competir em categorias amadoras. Se formos comparar com o automobilismo o WT é a Fórmula 1 do Surf Mundial", disse Paulo.

Sobre patrocínios, Alejo diz viver um momento muito bom com a Nike 6.0, divisão que trata dos esportes radicais da marca americana. "Fechamos essa parceria neste ano, é muito bom ver o seu trabalho reconhecido e ter pessoas que acreditam em você. Eles me ajudaram na classificação e nesta etapa. Por exemplo, a estrutura que recebemos aqui é mega. Temos uma casa que eles alugaram aqui próximo, lá sou no único brasileiro. Temos massagista e dois produtores para nos auxiliarem no que precisarmos, além de contarmos com um chefe que prepara nossas refeições diariamente".

O surfista não tem restrições quanto à sua alimentação e gosta de comer uva no café da manhã. Fã de pão doce, ficou animado ao saber que sua mãe levou o tipo do qual tanto gosta para o Rio de Janeiro.

"Hoje pela manhã tinham várias frutas, sucos, queijo, presunto, pão integral, leite, café e cereal. Optei por pão, queijo e presunto e bebi café com leite. No almoço serviram arroz integral, espetinho de frango com legumes, purê de batatas, 'cesar salad', e tomate recheado com queijo roquefort, que estava 'bonzão'".

Supersticioso, o surfista "nunca" tira o escapulário de prata, que traz um crucifixo, a imagem de Nossa Senhora do Carmo e imagem do Sagrado Coração de Jesus, presente da avó.

"Às vezes quando coloco um terno deixo a corrente para fora, sei que me proteje" diz o atleta que não se incomoda em atender aos fãs, assina prancha, camiseta e boné com muita simpatia e entusiasmo. Como se tivesse nascido no Rio de Janeiro.


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