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sexta-feira, abril 23, 2010

Quarta Expedição Caiáques SUPER SWELL






Primeiro fomos à noite, e no dia seguinte às 14:3o hs retornamos para certificar exatamente o local,  uma tarde com um céu azul, rio estava com cor de rio...
e na manhã seguinte vimos tristes  que:

O rio estáva tingido.

Acabava de amanhecer,silencio nas casas fechadas, olhares nas frestas, moradores intrigados e curiosos pularam das camas deparando-se com aquelas figuras coloridas de movimentos rápidos.

Atravessamos a pinguela, logo estávamos entrando na água, surgiam  locais, alguém  perguntou o porque da cor na água, a resposta foi imediata, tem uma tinturaria que todos os dias na madrugada despeja tinta no rio (aliás são várias empresas de Brusque que lançam dejetos no rio)  eu já embarcado fotografando calado, ouvi vozes e risos de anjos, olhei para cima na ponte vi silhuetas de crianças.  

Um tempo presente assim ?O que será no futuro ?

Não da prá entender como deixam isso acontecer,  pessoas que por la vivem não se manifestam? e os políticos? Certamente como sempre não sabem de nada...
e os órgãos competentes ?

Que seja feita  denuncia ao m. p.  essas empresas dão emprego para os locais, talvez ai o silencio,  "crimes contra a natureza."
(a doença é o dinheiro.)
E o que serão das próximas gerações?

"nenhum homem deverá fechar seus olhos antes de fazer alguma coisa pelas gerações vindouras."

Uma breve oração e...
nos despedimos das crianças, ficaram olhando-nos  da ponte, e na  primeira curva do rio sumimos.

Ainda faziam parte do cenário a água  tingida com peixes mortos boiando  "revoltante".  

os pensamentos iam mudando, água  menos tingida, correntes ficam fortes e variantes com remoinhos, árvores enormes tombadas e sepultadas com grande parte exposta, outras surpreendem escondidas quase à tona, pedras, atenção total.

mata fechada, arvores se arcam das margens para cima do rio, chiásso forte, e depois da curva o rio perde o nível, degraus, mesmo com caiaques de fibra, quilhas e com mantimentos no bagageiro teríamos que enfrentar.
Remando sem parar  de frente para o buraco, uma explosão de água parecia uma centrífuga que nos direcionava, meros coadjuvantes naqueles segundos sem fim, depois um balde de endorfinas é lançado pra dentro.

Encontramos outras quedas diferentes, sem volta, sem cancelamento ou transferência, a vida nem sempre da opções.

Depois de seis horas e meia, agora em condições de optar resolvemos sair na barragem da semasa.

Sabemos que é no atrito se lapidam as pedras...  
No correr do rio bravio e suas correntezas furiosas, que as águas chegam a leitos tranqüilos  e cristalinos.

No dia a dia  se aparam as arestas para  entendimentos e o verdadeiro sentido da vida, nossa vida aqui...
Nesta passagem.

E como diz o velho lobo do rio
"no caiaque dos sonhos remaremos ainda mais através do desconhecido, enfrentando distâncias,ventos contra, maré enchente, correntes e corredeiras, e um dia chegaremos no paraíso, lá onde nasce a flor da esperança"

Obrigado a todos pelo companheirismo,  muito aprendizado, isso não tem preço.

Obrigado  senhor!

Forte abraço e até a próxima "breve"
Clemente


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